Conheça a história de Enock Ribeiro, que deu nome à Biblioteca Cultural

Cultura

17/11/2021

Nascido em Itambé em 23 de julho de 1954, Enock Ribeiro passou a maior parte de sua vida entre Barra do Choça e Vitória da Conquista. O menino que se tornaria um artista importante do município e seria um poeta, cronista e músico, foi o 10º dos 14 filhos do seu Agenor Oliveira e de dona Maria Ribeiro Oliveira.

Por influência da escola e professores, Enock começou a se interessar pela escrita a partir dos 25 anos, mas foi entusiasmado pela leitura desde novo, mesmo nunca se envolvendo diretamente.

Quando começou a escrever suas poesias, adotou o perfil mais intimista, escrevendo sobre experiências de vida, a natureza e o mundo. Para ele, falar sobre a vida pessoal não chama a atenção do público.

O artista começou a se moldar desde a escola: foi cronista e editor do jornal estudantil conhecido como “O Sertão”. Com amigos, criou o grupo cultural que idealizou e promoveu o jornal informativo, conhecido como “Esculaxo”, a ideia era trazer diversas informações sobre clima, cultura e humor, mas o o projeto teve de ser interrompido por tratar-se de um grupo clandestino.

Anos depois foi um dos membros responsáveis pela criação da Fundação Cultural do Município de Barra do Choça, que não teve apoio político, mas continuou a incentivar o acesso à cultura. Se juntou a outros grupos que também ofereciam ajuda às pessoas vulneráveis e realizavam ações filantrópicas.

A organização, enfim, conseguiu realizar cinco Semanas da Cultura com o suporte municipal, e o grupo teve êxito; posteriormente novas pessoas assumiram o grupo que conseguiu chegar à 10º edição.

 

Repercussão

O resultado dessa ação feita por Enock e seus amigos teve resultados positivos como cursos de poesias, concurso de teatro, concursos musicais, de dança, shows, palestras sobre folclore, dentre outros, que ficaram na memória e seguem sendo exemplo na nossa cidade.

Enock Ribeiro escreve até hoje poemas, crônicas, músicas e planeja eventos culturais.

Atualmente o escritor tem um romance, “Terra Mansa”, publicado em 1998. Ele ainda deseja fazer mais livros, sendo uma das ideias utilizar seus poemas e crônicas, que ultrapassam 100 escritos, para formar uma nova obra.

Outros trabalhos são: Sertões de Elomar, São Francisco, O velho Chico, Oh Sinhá, Cidadania não tem preço e O valor do perdão. O autor nunca teve retorno financeiro de suas obras, ele destaca que sempre os fez por amor. 

 

Presença como jurado 

Enock Ribeiro recebeu convites para ser candidato ou jurado em diversos eventos de poemas e literatura fora do município, como o VIII Concurso Nacional de Poesia, II Festival Uesb de Música, Competição no Instituto da Poesia Internacional, Enciclopédia da Literatura Brasileira Contemporânea, XVII Seminário Nacional da Trova, além de um concurso de literatura brasileira realizado pela esposa de Paulo Coelho, Christina Oiticica.

Mas, para ele, o maior reconhecimento do seu trabalho foi em 1992, quando o autor recebeu a Medalha Cultural Revista Brasília, um concurso realizado a nível nacional.

Quando questionado sobre sua perspectiva da cultura nos dias atuais, Ribeiro não acredita que tenha sido promissor.

Ele relata que hoje os meios de comunicação têm dificuldade em fazer a nova geração ler e ter interesse pelas produções culturais, além disso, é difícil encontrar uma gestão que esteja interessada em dedicar tempo e orçamento à cultura.

O escritor externou que tem se sentido mais motivado, visto que a gestão atual (2021-2024) tem adotado planos que integram cultura na vida das pessoas, com espaços e eventos que promovam esses momentos.

Para ele, tanto nos seus primeiros passos como artistas como nos dias de hoje, a escola e, principalmente, o professor, é o maior incentivador da leitura e promoção de cultura para o indivíduo, que cobra constante esforço e desenvolvimento pessoal do aluno. Ele acredita que a família também desempenha um papel fundamental nesse processo.

Atualmente, a maior parte da produção cultural do escritor está armazenada na Secretaria Municipal de Educação de Barra do Choça.

O senhor Enock Ribeiro, hoje com 67 anos, tem mais de 30 anos dedicados ao ramo cultural. Tem cinco filhos, é divorciado, passa bastante tempo na casa de sua mãe e em seu sítio, locais que ele pode pensar e escrever o que sente sobre o mundo.

Como reconhecimento de seus trabalhos e grande representação para o município de Barra do Choça, a Prefeitura Municipal inaugurou em novembro de 2021 a Biblioteca Cultural Enock Ribeiro, espaço central para impulsionar e renovar as realizações artísticas da cidade e que serve também para reconhecer e homenagear enquanto em vida o trabalho do escritor, músico, cronista e poeta barrachocense.

Por Ascom/PMBC